Terça, 23 de abril de 2024, 17h21
Reforma Tributária
Comércio participa de coalizão para discutir regulamentação
Setor requer regulação do Simples Nacional, não cumulatividade de tributos, adoção do imposto seletivo e mais presença do poder público na fiscalização de obrigações fiscais

Assessoria de Imprensa CDL Cuiabá

Representantes da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) participaram de uma reunião, em Brasília, para discutir a regulamentação da reforma tributária. O grupo também reivindicou pontos como regulação do Simples Nacional; o princípio da não cumulatividade plena; o imposto seletivo e a maior presença do estado com a criação de um comitê gestor para fiscalizar e definir normas para cobrança do Imposto sobre Valor Agregado (IVA).

A coordenadora da área de relações institucionais e governamentais na CNDL, Karoline Lima, afirma que o sentimento é de confiança pela deliberação das principais demandas do comércio para mitigar os efeitos negativos da mudança de sistema e impedir o aumento da carga tributária sobre o segmento, que será o mais afetado. 

“A atuação deste grupo de trabalho é um movimento inédito da sociedade civil e empresarial na reivindicação das suas pautas em um momento tão importante. Com o término dos trabalhos, a tendência é que haja uma convergência em relação aos projetos que serão apresentados pelo Governo nos próximos dias”. 

O encontro ocorrido na sede da Frente Parlamentar Mista de Comércio e Serviços (FCS) na última semana marcou o desfecho dos trabalhos de análise e criação dos projetos de leis complementares para que a medida entre definitivamente em vigor. Ao todo, 21 frentes parlamentares voltadas para diversas categorias se mobilizaram de forma independente nas rodadas de discussão.

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL Cuiabá), Junior Macagnam, afirma que a instituição está acompanhando todo o processo e ressalta a reforma trará simplificação necessária para reduzir e unificar impostos e garantir mais transparência para todos. O representante ainda destacou a importância das frentes parlamentares na execução dos trabalhos.

“São grupos unidos que mostram o peso da reforma para o processo produtivo brasileiro e toda a população que será diretamente atingida. Elas representam nossa voz neste momento de definições, no qual o governo federal pouco tem dialogado com o nosso setor”, analisa Junior Macagnam. 

Trava de referência

Uma das ações benéficas ao comércio, na visão de Karoline Lima, é a adoção da chamada “trava de referência”. O recurso funciona como um limitador na arrecadação adicionada ao texto da reforma tributária no Senado Federal. Desta forma, os novos tributos não poderão implicar uma arrecadação superior à média do que foi arrecadado nos últimos dez anos pelos tributos que serão extintos.

De acordo com os representantes, a trava é fundamental para manter a carga tributária atual e uma média sobre o consumo possibilitando ao empresário se planejar a longo prazo do ponto de vista tributário e dar mais segurança para o mercado. Confira abaixo as principais demandas do setor comercial para a regulamentação da reforma tributária:

Simples Nacional

Com a consolidação do Regulamento do Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional), o objetivo é a simplificação tributária, na medida em que, em um único ato normativo, estão contidos todos os dispositivos a serem seguidos pelas empresas optantes, bem como pelas administrações tributárias da União, Distrito Federal, estados e municípios. 

Não cumulatividade

O comércio também pleiteia a não cumulatividade do IVA, o que, na prática, a reduz o custo de aquisição de mercadorias e extingue a bitributação, impulsionando a competitividade do setor. Isso significa que as empresas poderão creditar o imposto pago nas compras de insumos e produtos revendidos. 

Imposto seletivo

A regulamentação do imposto seletivo vai conter danos das atividades e produtos considerados nocivos à saúde e ao meio ambiente. Porém, a inclusão de toda e qualquer atividade pode gerar distorções senão houver uma legislação especificada e amparada de acordo com o cenário de cada setor, produto e atividade. O receio é que a sana de combater o ilegal possa ser desproporcional para aqueles que praticam suas atividades com rigidez.  

Assim, o IS visa a desestimular o consumo de bens e serviços prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente. Sua incidência deve ocorrer sobre aqueles bens e serviços que possam ter sua produção/consumo reduzidos ou desestimulados e, adicionalmente, gerem externalidades negativas à saúde ou ao meio ambiente. 

Comitê de fiscalização

Outra reivindicação do setor é a criação de um comitê gestor. O grupo funcionaria como um ente público com independência técnica, administrativa, orçamentária e financeira para gerenciar o IBS, a CBS e o IS. Conforme Karoline Lima, este tópico é de extrema relevância para o setor por diminuir, de forma considerável, o tempo gasto pelo empresário no cumprimento de suas obrigações fiscais. 

“Estudos recentes do Banco Mundial revelaram que as empresas brasileiras gastam até 1,5 mil horas por fatores que envolvem a legislação complexa, cálculos complicados e grande quantidade de informações exigidas. Buscar meios para que o empresário se dedique mais ao desenvolvimento do próprio negócio, alavancando o crescimento da geração de emprego e renda e o avanço do país como um todo”. 

Sobre a CDL Cuiabá - Com 51 anos de história, a instituição conta com mais de 9 mil empresas associadas e visa unir forças para transformar Cuiabá no melhor lugar para empreender e morar.


Fonte: CDL Cuiabá
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