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Quinta, 11 de setembro de 2008, 12h24
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CDL Cuiabá diz que governo deve reduzir gastos públicos, não aumentar a Selic

             “O Governo gasta muito, presta mau serviço e ainda pune quem sustenta a máquina pública, que são os contribuintes”. Esta é a definição do presidente da CDL Cuiabá, José Alberto Vieira de Aguiar para o anunciado aumento de 0,75 ponto percentual na Taxa Selic, ontem, 10. Com isso o Comitê de Política Monetária (Copom) estabeleceu uma marca de 13,75% ao ano. “Com mais esta alta, a Selic já acumula uma elevação de 2,50 pontos percentuais só em 2008”, enfatisa José Alberto, completando que esta é a 4ª alta dos juros neste ano.

            Sobre o objetivo do Governo de usar este aumento como mecanismo para conter o consumo e frear a inflação, José Alberto acredita que a estratégia não é 100% acertada, “por que o crescimento da inflação igualmente não é 100% ligado ao incremento de consumo. Na verdade, a grande propiciadora é a má administração do orçamento público: o Governo gasta mais do que arrecada, lembrando que o patamar de arrecadação tributária em 2007 ultrapassou 36% do PIB, segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário-IBPT”.

            Ressaltando que a definição pelo aumento não é unânime nem no Copom, nem entre especialistas da área de economia, o presidente da CDL Cuiabá coloca que a contenção do consumo é também uma forma de desaceleração da economia. “Com este tipo de administração, o Brasil está sempre reduzindo a velocidade de crescimento e interferindo no mercado de forma que nem sempre temos os resultados esperados para um país em desenvolvimento”, fala ele, pontuando que a sociedade brasileira aumentou o consumo usufruindo justamente da tão esperada, por anos, estabilidade econômica nacional, “que nos permite planejar nossos negócios, estimar fluxos de mercado e de caixa da empresa, além de possibilitar que quaisquer pessoas, nas várias classes sociais, possam adquirir bens duráveis por meio de compras parceladas e com taxas de juros previsíveis, o que antes não era possível”.

            Parcelamento – “Hoje o consumidor parcela suas compras de uma forma que as prestações caibam em seu orçamento mensal, independente do valor envolvido. Então, muitas vezes aumentam-se os juros e o consumidor simplesmente divide em mais vezes. Mas é claro que o aumento sempre atinge um número significativo de pessoas”, prevê o presidente da CDL, concluindo que “quem perde diretamente com isso não é o Governo, mas os cidadãos, que vinham se beneficiando da estabilidade e baixos juros para adquirir bens duráveis, antes inacessíveis; e os setores produtivos, claro, entre eles o Comércio. Mas, em longo prazo o Governo também perde por que desacelera a economia, reduzindo a arrecadação tributária”.

 

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