Quarta, 19 de agosto de 2020, 19h20
Projeto Custo Brasil é debatido em reunião com Ministério da Economia


As principais entidades do setor do varejo se reuniram nesta terça-feira (18) com a equipe da Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade (Sepec), do Ministério da Economia, que apresentou os desdobramentos do “Projeto Custo Brasil, que almeja reduzir 1,5 trilhão de reais do Custo Brasil por meio da produtividade, competitividade e eficiência.

WhatsApp Image 2020-08-18 at 5.24.23 PMO CEO do projeto, Jorge Lima, discutiu com os representantes do setor os detalhes da Mandala do Custo Brasil, que compara a performance do Brasil com o desempenho da média dos países que integram a OCDE. Além disso, os participantes conheceram o programa criado pelo projeto onde o setor poderá apresentar propostas/projetos relevantes que tenham impacto para o Custo Brasil.

“Como resultante do projeto vimos um Custo Brasil medido de 1 trilhão e 500 bilhões de reais por ano, ou 22% do PIB, que são drenados da nossa economia com severos impactos sociais. A partir dessa quantificação foi criada uma ferramenta na internet, coordenada pela SEPEC, onde o setor produtivo apresentará soluções que ajudem a reduzir o Custo Brasil”, disse Lima.

 

Acesso ao crédito

No encontro, o setor debateu ainda com o Ministério da Economia o processo de retomada econômica e as medidas apresentadas pelo Governo Federal de ajuda aos empresários de todo o país.

O presidente da CNDL, José César da Costa, reiterou a preocupação do setor em relação à dificuldade dos créditos e financiamentos chegarem aos micro, pequenos e médios empresários.

“A questão do crédito não foi resolvida. O Pronampe ainda não foi sancionado e os empresários continuam sem conseguir ter acesso ao crédito. Precisamos de uma resposta do Governo e de ações que tragam efetivamente soluções para esse problema. Os micro e pequenos empresários não podem mais esperar, eles necessitam desses créditos com urgência”, destacou Costa.

De acordo com Jorge Lima, é fundamental que essas reclamações e denúncias de dificuldade de acessar os créditos junto aos bancos sejam denunciadas aos canais oficiais do Banco Central.

“Sem denúncia não tem como fiscalizar e atuar contra as irregularidades que estão acontecendo. O Ministério da Economia tem como prioridade a ajuda emergencial aos empresários que tanto foram impactados pela pandemia”, afirmou Lima.

 

Custo Brasil – Metodologia
O estudo analisou os principais entraves à competitividade do setor produtivo brasileiro, tendo como referência o ciclo de vida das empresas. Foram elencados indicadores nas 12 áreas consideradas vitais para a competitividade do setor empresarial. O diagnóstico apresenta uma comparação do custo de se produzir no Brasil em comparação à média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

O mapeamento realizado estimou o peso relativo entre os distintos elementos identificados. Essas estimativas buscam se aproximar do custo real enfrentado pelas empresas, avaliando qual seria a redução para elas caso tivéssemos hoje o nível médio da OCDE em todos os 12 temas em análise:

1. Abrir um negócio
2. Financiar o negócio
3. Empregar capital humano
4. Dispor da infraestrutura
5. Acessar insumos básicos
6. Atuar em ambiente jurídico e regulatório eficaz
7. Integrar com cadeias produtivas globais
8. Honrar tributos
9. Acessar serviços públicos
10. Reinventar o negócio
11. Competir e ser desafiado de forma justa
12. Retomar ou encerrar o negócio

Para cada um dos indicadores analisados, partiu-se da lacuna existente entre a posição brasileira – mapeada por diversos estudos oficiais e a média de produtividade da OCDE. É uma estimativa abrangente, para a economia como um todo, que se aproxima bastante do custo real enfrentado pelas empresas.

 

  • Em oferta de capital, por exemplo, os países da OCDE dispõem de 63% mais crédito do que o Brasil (fonte: Banco Mundial);
  • Em relação aos encargos trabalhistas, comparadas com os países da OCDE, as empresas brasileiras gastam 11,4 pontos percentuais a mais dos seus custos totais com empregados em encargos (fonte: OCDE);
  • Em relação à carga tributária, identificou-se que empresas da OCDE dedicam, em média, 38% menos de seus lucros para pagar impostos do que empresas brasileiras (fonte:Banco Mundial);
  • Em relação à complexidade tributária, países da OCDE gastam 89% menos tempo que o Brasil para preparar seus impostos (Fonte: Doing Business/Banco Mundial);

Fonte: CDL Cuiabá
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