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Sexta, 22 de janeiro de 2010, 09h52
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Calçadistas acreditam na recuperação em 2010
Supervalorização do dólar, crise econômica e acusações de dumping por parte da China marcaram 2009 para o setor coureiro-calçadista. O dólar e a crise econômica afetaram muito as exportações do calçados brasileiro. No mercado interno, a invasão dos chineses prejudicou a indústria.
A 37ª edição da Couromoda - Feira Internacional de Calçados, Artigos Esportivos e Artefatos de Couro-, a maior do setor na América Latina, abre as portas com a esperança de dias melhores para os produtores do calçado brasileiro.
Na abertura do evento nesta segunda-feira (18), em São Paulo, as lideranças do segmento disseram acreditar na recuperação das exportações, dos empregos perdidos e no crescimento do setor, que começou a se recuperar em meados do segundo semestre de 2009. Para o presidente da Couromoda, Francisco dos Santos, o setor está saudável e competitivo. “Tudo indica que teremos um bom ano em 2010. O PIB do setor está em US$ 40 bilhões e devemos manter este número”.
Santos alerta, no entanto, para o mercado internacional. Segundo ele, as exportações caíram de US$ 5 bilhões em 2007 para US$ 3,4 bilhões em 2009. Para ele, a supervalorização do real foi o grande vilão.
Já para o presidente da Abicalçados, Milton Cardoso, o setor não sofreu apenas com o mercado externo, mas também viu 15% do mercado nacional ser abocanhado pelos produtos chineses. “Fechamos 42 mil empregos no último trimestre de 2008”. A recuperação veio, segundo ele, com a crise da tarifa antidumping provisória.
“A indústria nacional cresceu e criamos 30 mil vagas no final de 2009. Hoje temos 327 mil trabalhadores empregados, mas nos próximos dois anos deveremos chegar a 400 mil”. Para tanto, diz o empresário, “é preciso que o governo federal transforme a medida provisória em definitiva”.
Os lojistas do setor estão ainda mais otimistas. A previsão é de um crescimento superior à própria expansão do PIB do País. Para a economia nacional a expectativa de crescimento é de 5%, mas o varejo calçadista já trabalha com uma previsão entre 9% e 11%, motivada pela estabilização da economia, pela maior oferta de crédito e pela maior confiança do consumidor.
O empresário Marconi Leonel Matias dos Santos, presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Artefatos e Calçados (Ablac), diz que “o cenário econômico neste início de ano é favorável e deve permanecer assim nos próximos meses. O bom desempenho do Natal 2009, quando as vendas do comércio aumentaram em torno de 8%, é um indicativo de que o novo ano será positivo para o varejo".
Nos últimos meses, os esforços empreendidos pelos lojistas para atrair os consumidores, como o aumento dos prazos de pagamento nas vendas em crediário e com cartão de crédito, mostraram-se positivos, por isso foram mantidos este ano e devem colaborar para um volume de vendas crescente em 2010.
O clima favorável, na avaliação de Marconi, ajudará a elevar o consumo per capita de calçados no País, que atualmente é de 3,3 pares. “Poderemos chegar aos 3,5 pares se o cenário positivo se mantiver e fabricantes e lojistas unirem esforços na área de marketing”, disse.
Fabricantes
Se as lideranças estão otimistas, os diretores de pequenas empresas calçadistas ainda vêm o possível crescimento de 2010 com certa cautela. Para o diretor da empresa Fearnorthi, de Franca (SP), Paulo Celso Alves, o ano de 2009 foi muito difícil para sua empresa. “Tivemos de vender muito barato e agora estamos buscando equilibrar nossas contas”.
O mesmo aconteceu com a empresa Camila Gomes, de Jaú (SP). De acordo com Celso Gomes, diretor administrativo, as vendas no ano passado caíram cerca de 30%. “As pessoas estavam contaminadas pela crise. O sapato não era uma necessidade”. Apesar da queda nas vendas, Gomes não demitiu funcionários. “Já trabalhávamos com uma produção enxuta, mas a manutenção dos empregos me custou muito caro”.
Ele espera agora com a Couromoda recuperar o que foi perdido e ainda crescer mais 10%. Estamos cautelosos, mas otimistas”, disse.
Outono-Inverno 2010
Mais de 65 mil pessoas deverão passar pelos 80 mil metros quadrados da Couromoda de 18 a 21 de janeiro em São Paulo para conhecer as novidades do Outono-Inverno 2010. Mais de mil empresas, de 13 estados brasileiros, estão expondo, somando 3 mil marcas. O Sistema Sebrae apóia empresas de seis estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraíba e Goiás), importantes pólos calçadistas do País.
São esperados cerca de 2 mil compradores internacionais, segundo os organizadores. Paralelamente à feira realiza-se o 14º Congresso Brasileiro do Calçado, cujo tema este ano é Tendências de moda no varejo.
Fonte: ASN
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