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Quinta, 18 de fevereiro de 2010, 09h51
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Móveis de Madeira: Comércio varejista enfrenta crise


Na porta das lojas os cartazes anunciam constantes ofertas. Parece que sempre tem uma boa promoção convidando à compra, pois os preços são baixos e as condições de pagamento facilitadas. A realidade, porém, é que há algum tempo os clientes não procuram mais por móveis de madeira maciça. O que antes era bastante comum na maioria das residências de Cuiabá, agora é pouco apreciado. Na Capital, os pequenos estabelecimentos do ramo continuam com seus estoques lotados de produtos envernizados e adornados com os mais variados desenhos. Enquanto isso, as grandes redes vendem até 3 vezes mais com os chamados móveis de MDP e MDF, feitos a partir de fibras de madeira prensada e que podem ser coloridos, conforme o ambiente.

Moda ou consciência ambiental - já que os novos prensados provêem de madeira de reflorestamento - o MDP e o MDF experimentam ainda um novo impulso na preferência dos consumidores: a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), medida anunciada pelo governo federal e que está em vigor desde setembro do ano passado. "Estamos vendendo pelo menos 80% a mais nessa linha desde o início do ano", afirma o responsável pelo setor de móveis da City Lar da loja Prainha, Air Nascimento Leite.

O preço reduziu, em média, 12,2%. A redução no imposto tem validade até 31 de março e com o fim da isenção para os produtos da chamada linha branca, as grandes redes já investem em propaganda massificada no setor de móveis, cujos resultados estão agradando.

Diante dessa situação, a competitividade dos pequenos estabelecimentos, fica comprometida. Para Alexandre Fernandes de Souza, proprietário da Souza Móveis, a solução está em mudar de ramo. "Não tem como bater de frente com as grandes redes. Comprei algumas peças já em MDF, mas não vende. Um rack que compro por R$ 160 para revender é vendido nas grandes lojas por esse preço". Em geral, os móveis revendidos por Souza, vêm da região Sul do país e a logística do transporte compromete o preço final.

Para a bancária Adriene Nascimento, que acabou de montar sua kitnet, a preferência pelos novos móveis não se trata apenas de moda, mas de consciência ambiental. "É mais leve, você pode arrastar e, além disso, combina com a decoração, fica mais clean".

O proprietário de uma loja de móveis localizada na Prainha, que prefere não ser identificado, afirma que há 3 anos a situação vem se agravando, registrando queda de 40% nas vendas. Atuando no ramo há 10 anos, ele afirma que acredita ainda na melhora das vendas, com a vinda da Copa pra Cuiabá. Segundo ele, vários trabalhadores da região Norte do país estão chegando para operar as obras de infraestrutura, e nas últimas semanas ele vendeu alguns móveis para trabalhadores vindos do Pará.

Adaptação - Há 19 anos no ramo, Valdir Garcia da Silva, conhecido como Rei dos Móveis, afirma categoricamente que nunca sentiu suas vendas caírem. O segredo, segundo ele, é a qualidade e o atendimento dispensado aos clientes. Há 10 anos, ele passou a fabricar os móveis. "Quando comprava dos outros dava muito problema, reclamação e isso prejudica o nossa imagem". Hoje ele emprega 22 funcionários na fábrica, localizada no distrito industrial de Várzea Grande, e outros 7 na loja, na esquina da avenida Prainha com a avenida Dom Bosco.

Ele explica que a clientela é fiel e que hoje, trabalha, na maioria das vezes, com móveis sob encomenda. "A loja funciona como um show romm: o cliente escolhe e a gente faz maior, com porta, sem porta, do jeito que escolher". A madeira utilizada tem certificação garantida. "Tanto que não tenho dificuldade de encontrá-la como muitos alegam por aí. Quem trabalha direitinho não tem o que temer".

Embora negue retração nos negócios, ele já começou a fabricar móveis de MDF. "É mais barato e dá menos trabalho, já tentamos fazer uma parceria para revenda, mas também não tinha qualidade, foi aí que resolvi entrar no ramo". Por conta desse investimento, Silva, que não conhece a crise, espera ainda um crescimento de 50% no movimento para este ano.

Fonte: Jornal A Gazeta

 

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