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Terça, 01 de dezembro de 2009, 08h55
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Setor moveleiro espera estancar queda sistemática nas vendas com isenção de IPI
Foi publicado, no Diário Oficial da União, na sexta-feira (27), o decreto que autoriza a isenção de IPI para a linha de produtos da indústria moveleira até março de 2010.
Há oito meses, empresários da cadeia produtiva de móveis pleiteavam, junto ao governo federal, a isenção do imposto, assim como fora concedida aos produtos de linha branca (geladeiras, lavadouras de roupa, etc.).
Motivo da solicitação: a queda sistemática nas vendas para o mercado interno e nas exportações nos últimos anos. A concorrência dos bons preços e condições de pagamento dos produtos de linha branca, que ganharam a preferência do consumidor no varejo, estavam contribuindo para as dificuldades enfrentadas pelo setor moveleiro.
Nos últimos dois anos, a Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel) tenta convencer o governo sobre a necessidade de reduzir os impostos dos produtos da cadeia produtiva de móveis.
“A situação estava começando a gerar desemprego em alguns pólos produtores de móveis”, revela o presidente da Abimóvel, José Luiz Diaz Fernandez.
“O objetivo é estancar a queda, que vinha ocorrendo de forma mais acentuada, em torno de 10% ao mês, desde maio passado, e voltar a crescer ao ritmo de 5 a 7% até março”, acrescenta.
As exportações caíram em torno de 33% nos últimos anos, apesar dos esforços do programa Brazilian Forniture, realizado pela Apex-Brasil e Abimóvel. A expectativa do setor é reverter o déficit e aumentar 15% das vendas em seis meses.
O reflexo da isenção do IPI nas fábricas e indústrias só será sentido a partir de janeiro próximo, quando ocorre a tradicional reposição de estoques nas lojas. Porém, no varejo, o presidente da Abimóvel considera que poderá começar a se repercutir hoje.
“Temos certeza de que o varejo vai reforçar nosso objetivo e até mesmo deverá aumentar as margens de descontos e facilidades para o consumidor”, afirma convicto.
Os resultados das vendas no varejo em dezembro, em decorrência do movimento do Natal, será a principal referência para a recuperação dos negócios do setor.
“Essa indústria é a nona em geração de empregos do país”, informa Fernandez.
Dezessete mil empresas integram o setor moveleiro nacional - a grande maioria de micro e pequeno porte. Essas empresas são responsáveis por 237 mil empregos diretos e cerca de 150 mil indiretos.
De acordo com Fernandez, a reivindicação do setor moveleiro foi resultado da articulação entre a Abimóvel, Abipa (Associação Brasileira das Indústrias de Painéis) e IDV (Instituto de Desenvolvimento do Varejo). “Nós nos juntamos porque o setor de painéis é nosso fornecedor. Fomos todos beneficiados”, esclarece.
Com a isenção do IPI, além da manutenção dos postos de trabalho, os produtores de móveis esperam diminuir, nos próximos seis meses, a informalidade muito alta no setor.
"E quem sabe até voltar a crescer 5% ao mês", almeja Fernandez.
Fonte: Empresas & Negócios
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