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Segunda, 30 de novembro de 2009, 14h55
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Setor moveleiro espera estancar queda sistemática nas vendas com isenção de IPI


Foi publicado, no Diário Oficial da União, nesta última sexta-feira (27), o decreto que autoriza a isenção de IPI para a linha de produtos da indústria moveleira até março de 2010. Há oito meses, empresários da cadeia produtiva de móveis pleiteavam, junto ao governo federal, a isenção do imposto, assim como fora concedida aos produtos de linha branca (geladeiras, lavadouras de roupa, etc.).
 
Motivo da solicitação: a queda sistemática nas vendas para o mercado interno e nas exportações nos últimos anos. A concorrência dos bons preços e condições de pagamento dos produtos de linha branca, que ganharam a preferência do consumidor no varejo, estavam contribuindo para as dificuldades enfrentadas pelo setor moveleiro. Nos últimos dois anos, a Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel) tenta convencer o governo sobre a necessidade de reduzir os impostos dos produtos da cadeia produtiva de móveis.
 
“A situação estava começando a gerar desemprego em alguns pólos produtores de móveis”, revela o presidente da Abimóvel, José Luiz Diaz Fernandez. “O objetivo é estancar a queda, que vinha ocorrendo de forma mais acentuada, em torno de 10% ao mês, desde maio passado, e voltar a crescer ao ritmo de 5 a 7% até março”, acrescenta.
 
As exportações caíram em torno de 33% nos últimos anos, apesar dos esforços do programa Brazilian Forniture, realizado pela Apex-Brasil e Abimóvel. A expectativa do setor é reverter o déficit e aumentar 15% das vendas em seis meses.
 
O reflexo da isenção do IPI nas fábricas e indústrias só será sentido a partir de janeiro próximo, quando ocorre a tradicional reposição de estoques nas lojas. Porém, no varejo, o presidente da Abimóvel considera que poderá começar a se repercutir hoje. “Temos certeza de que o varejo vai reforçar nosso objetivo e até mesmo deverá aumentar as margens de descontos e facilidades para o consumidor”, afirma convicto. Os resultados das vendas no varejo em dezembro, em decorrência do movimento do Natal, será a principal referência para a recuperação dos negócios do setor.
 
“Essa indústria é a nona em geração de empregos do País”, informa Fernandez. Dezessete mil empresas integram o setor moveleiro nacional - a grande maioria de micro e pequeno porte. Essas empresas são responsáveis por 237 mil empregos diretos e cerca de 150 mil indiretos.
 
Desconhecimento - “Os comentários contrários de alguns veículos de comunicação e formadores de opinião à concessão da isenção do IPI ao setor moveleiro revelaram total desconhecimento sobre a real situação das empresas”, diz Fernandez. “Discutimos tecnicamente a viabilidade do nosso pleito com o governo. O Ministério da Fazenda verificou a procedência da nossa reivindicação. Havia um decréscimo muito grande nas vendas no varejo”, esclarece. “A situação do nosso setor era muito ruim, tanto interna quanto externamente”, enfatiza.
 
De acordo com Fernandez, a reivindicação do setor moveleiro foi resultado da articulação entre a Abimóvel, Abipa (Associação Brasileira das Indústrias de Painéis) e IDV (Instituto de Desenvolvimento do Varejo). “Nós nos juntamos porque o setor de painéis é nosso fornecedor. Fomos todos beneficiados”, esclarece.
 
Com a isenção do IPI, além da manutenção dos postos de trabalho, os produtores de móveis esperam diminuir, nos próximos seis meses, a informalidade muito alta no setor. "E quem sabe até voltar a crescer 5% ao mês", almeja Fernandez.
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