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Segunda, 27 de setembro de 2010, 12h54
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MT: supermercados acirram a disputa

O distanciamento do Grupo Pão de Açúcar na liderança do varejo, após a aquisição do Ponto Frio e a associação com a Casas Bahia, provocou mudanças drásticas nos rumos das operações brasileiras do Carrefour e Walmart. Após perderem participação de mercado neste início de ano, as duas varejistas fizeram movimentos idênticos e inéditos, com a contratação, pela primeira vez, de executivos brasileiros para tocarem suas operações locais.

O sinal de alerta no comando das multinacionais acontece pelos ganhos de escala do setor de compra de bens duráveis e o avanço em formatos menores de lojas do Grupo Pão de Açúcar, como "atacarejo" (mix de atacado com varejo) e de proximidade, que melhor atendem consumidores das classes C e D.

"Quem podia imaginar que nós iríamos comprar o Ponto Frio e se associar a Casas Bahia no mesmo ano. Às vezes, ficamos dois ou três anos buscando alguma oportunidade de aquisição", comentou, semana passada o diretor-presidente do Grupo Pão de Açúcar, Enéas Pestana. No ano passado, a companhia não só apenas retomou a liderança do varejo, perdida em 2007 para o Carrefour - após a aquisição do Atacadão -, como praticamente atingiu o mesmo faturamento conjunto das duas multinacionais.

Com Casas Bahia e Ponto Frio, a receita do Grupo Pão de Açúcar em 2009 chegou próximo a R$ 40 bilhões, seguido por Carrefour (R$ 25,6 bilhões) e Wal-Mart (R$ 19,7 bilhões), segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Já em 2010, os últimos resultados das varejistas apontam ganhos de participação de mercado do Pão de Açúcar.

Segundo o balanço das companhias, as vendas reais no conceito mesmas lojas cresceram 4,6% no Pão de Açúcar - sem considerar Casas Bahia e Ponto Frio -, do Walmart, 3,1% e do Carrefour, 2,9%, ambos em seus respectivos exercícios fiscais do segundo trimestre sobre mesmo período de 2009, considerando apenas os resultados no Brasil.

As atuais mudanças nos rumos das operações do Carrefour e Walmart, com a contratação dos executivos brasileiros, porém, não estão focadas neste ano, mas sobretudo para 2011 e 2012. Para o próximo ano, as sinergias entre Pão de Açúcar e Casas Bahia deverão gerar uma economia de até R$ 400 milhões e, em 2012, de até R$ 850 milhões, conforme projeção divulgada ao mercado pela companhia. Isso deverá ampliar a rentabilidade das operações.

"Acreditamos que os ganhos de sinergia apresentados pelo Pão de Açúcar parecem razoáveis, considerando que a combinação de três empresas cria uma varejista com um volume significativo e vantagens de escala", diz o HSBC, em relatório a clientes.

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