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Quarta, 14 de abril de 2010, 10h33
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Nova classe média brasileira está cheia de vontade de comprar

 

  O Jornal da Globo exibe até sexta-feira (16) uma série de reportagens sobre os hábitos de um pedaço da população que virou alvo de grandes empresas em vários setores.
  Foi amor à primeira vista e para levar essa paixão para casa, a Secretária Elaine Zucheto e o mecânico Carlos Zucheto nem precisaram paquerar, digo, pechinchar.
  "Optamos por entrada e parcelamos o restante, que para gente, na verdade, foi a melhor opção. Ficou mais leve", conta Elaine.
  Maria Aparecida Barros ainda está namorando. O computador que a faxineira quer comprar ainda é um estranho, mas a compra cabe no orçamento e a máquina tem destino certo.
  "Para tudo que você vai fazer tem que computador, internet. Então é o meio de comunicação mais avançado e que está atingindo a todos. Eu não quero ficar de fora, perdida no tempo".
  Elaine, Carlos e Aparecida fizeram suas escolhas, mas eles próprios já haviam sido escolhidos antes. Viraram alvo de todo um setor da economia que está de olho nesses novos consumidores trazidos pelo mercado, pela estabilidade econômica.
  Empresas que estão desenvolvendo produtos específicos para atender esses novos clientes que estão sendo chamados por estudiosos de a nova classe média brasileira. São 27 milhões de novos cidadãos consumidores.
  "O cara virou consumidor, ele não existia porque não consumia. Hoje ele é consumidor barra cidadão porque passa a existir", explica o professor da ESPM, Fábio Mariano
  Esse consumidor apareceu para o mercado quando saiu da base da pirâmide social e foi se juntar à classe média, com renda familiar entre três e dez salários mínimos. Em 2003, essa fatia representava 37% da população. Hoje é quase metade do país: 93 milhões de pessoas.
  "Esse consumidor emergente não acha chique pagar mais caro por um produto da mesma qualidade. Ele não compra buscando exclusividade, ele compra buscando inclusão e pertencimento", afirma o diretor da consultoria Data Popular, Renato Meirelles.
  Uma fábrica de computadores de Curitiba mirou esse mercado. Desenhou máquinas baratas e simples para quem nunca teve computador antes e multiplicou 80 vezes a produção.
  "Foi muito suado ter esse computador. Ele vai para o meio da sala, o principal cômodo, é motivo de orgulho", afirma o presidente da Positivo Informática, Hélio Rotenberg.
  A indústria automobilística já tinha disparado antes. Desde 1994, quando entraram no mercado, os modelos 1.0 foram adotados pela classe média, mas, depois de anos na pole-position, eles começam a ser substituídos por modelos mais caros. É a classe média que agora pode pagar um pouco mais.
  "O consumidor quer veículo com motor mais possante. Então ele podendo ele parte para um carro com desempenho melhor", explica o presidente da Fenabrave, Sérgio Reze.
Grandes supermercados também detectaram a nova clientela. Para atraí-la, usam preço baixo, qualidade e lojas que não intimidam o freguês.
  "Um prédio simples, piso de concreto, estoques dos produtos em cima das prateleiras. Criamos um ambiente quase de feira livre para que se sintam confortáveis aqui", diz o presidente do WalMart Brasil, Héctor Nuñes.
  Outro segredo: os funcionários têm a cara da comunidade, são contratados no próprio bairro e há sempre a opção de parcelar a compra. "A gente consegue comprar as coisas. A prazo, é mais barato e em mais quantidade".
  O crediário é atalho para uma vida mais confortável. No último ano, Carlos e Elaine entraram firme nos carnês para comprar o cobiçado computador e mobiliar a casa nova, na periferia de Guarulhos. Para não entrar na sinuca de bico do endividamento, o casal vivem fazendo conta.
  "Tudo calculado, tudo no papel. Era no papel, agora vai ser no computador. Tudo que a gente gasta, vai gastar, põe, digita tudo certinho, para não passar do salário, do que a gente ganha. Se não, complica", conclui Carlos.

 

Fonte: Globo.com

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