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Quarta, 13 de julho de 2011, 10h35
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Comércio dá alerta e BC se mostra tranqüilo

Contrariando quaisquer pressupostos de que a preocupação é simplesmente “vender, vender, vender” - a atividade que move toda a engrenagem do Setor de Comércio, é justamente dos dirigentes lojistas que parte o sinal amarelo para que o governo trace planos eficazes para evitar que as famílias brasileiras se endividem ainda mais por causa do elevado consumo acompanhado de altos juros, que agregam valores significativos no preço final dos parcelamentos.

 

“A inadimplência é preocupante. O percentual de inclusão de inadimplentes no Serviço de Proteção ao Crédito SPC/CDL Cuiabá em junho voltou a subir, pontuando 2,93% a mais do que no quinto mês de 2010. Em âmbito nacional, segundo dados da CNDL, no primeiro semestre deste ano, a inadimplência cresceu 4,25% em relação ao mesmo período do ano passado”, pontua o presidente da CDL Cuiabá, Paulo Gasparoto.

 

Não se pode dizer que não há o que comemorar, pelo contrário. Apesar de haver inadimplência esta é proporcionalmente bem menor do que o crescimento do consumo. “Mês a mês o movimento do varejo, de acordo com SPC/CDL Cuiabá, mostrou fevereiro 3,84% maior que janeiro; março 31,56% superior a fevereiro; abril 1,76% maior que março; maio 11,63% frente a abril; e junho 0,94%, comparado a maio”, coloca Gasparoto, lembrando que nos comparativos entre iguais meses do ano passado e 2011, os percentuais são de acréscimos acima de 5% em média. 

  

Mas, os altos juros embutidos em parcelamentos de longo prazo e a empolgação do brasileiro com a crescente renda, segundo o presidente da CDL, é uma relação a ser bem trabalhada. Pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) aponta que 102 milhões de brasileiros comporão a nova Classe C até o final de 2011. Em 2003, o número era 66 milhões, ou seja, 8 anos depois, eles serão quase o dobro. De outro lado, as faixas socioeconômicas D e E, neste mesmo período, cairão, respectivamente, de 96 milhões de pessoas para 65 milhões. Esta migração impacta uma situação em que a renda familiar média cresce de R$0,00 a R$1.126,00 (classes D e E) para patamares entre R$1.126,00 a R$ 4.854,00 (Classe C).

 

“Esta população tem dinheiro para comprar e quer comprar. Se os bens duráveis estão um pouco mais caros por causa dos juros, ela busca produtos supérfluos, aumenta o carrinho de compras no supermercado, investe em muitos produtos de beleza, perfumaria e presentes, que também estão com altos juros, mas, pelo menor preço que os bens duráveis, acabam não sofrendo tanto a redução de consumo”, declara Gasparoto. “Desta forma, é preciso que haja medidas mais eficazes para que não haja endividamento das famílias, ocasionando não apenas problemas de inadimplência para o Comércio, mas comprometimento de parte vital da renda das pessoas, a um ponto em que não tenham para necessidades básicas”.

 

Para o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior, “o Banco Central está mais tranquilo do que deveria estar” no que se refere aos 24 a 25% do comprometimento da renda das famílias brasileiras na atualidade, segundo número do próprio órgão federal.  O presidente do BC, Alexandre Tombini, se declarou no Senado como estando tranqüilo, tendo em conta que este é um percentual recomendado internacionalmente. No entanto, Pellizzaro é enfático em reafirmar que “até 20% as pessoas navegam muito bem. Passou disso há riscos. Qualquer desarranjo orçamentário, desemprego ou doença pode haver desequilíbrio”.

 

Para o presidente da CNDL, o momento de vendas está ótimo para o Varejo. Mas as dívidas que este crescimento envolve são “da pior qualidade”. Segundo ele, o ganho dos cidadãos brasileiros está “cada vez mais contraído para pagar juros de dívidas anteriores e cada vez sendo menos usado para ampliar o consumo e a produção”.

 

Lojistas – O aviso da CDL aos empresários é para que, portanto, "busquem por uma concessão de crédito mais cuidadosa, principalmente quando falamos das datas comemorativas, nas quais a compra está ligada ao impulso emocional, sendo as vendas bem maiores do que em um período comum. O objetivo do fornecimento deste crediário de forma mais estudada é não aumentarmos o risco da venda e ainda ficar com um alto índice de inadimplência, por causa dos altos juros envolvidos no crédito no atual momento”, conclui Gasparoto.  (Assessoria de Imprensa CDL Cuiabá: Honéia Vaz)

 

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