Apesar da alta dos juros como medida de contenção do consumo efetivada por meio do governo federal, a expectativa para o Dia das Mães é positiva. Para o comércio de rua e no varejo em geral, segundo o superintendente comercial da Câmara de Dirigentes Lojistas-CDL Cuiabá, Nelson Soares, a data impactará positivamente nas vendas em até dois dígitos a mais. E, como é tradicional, “acima de 20% no comparativo sazonal de segmentos específicos – de cosméticos e perfumaria, roupas, calçados e acessórios, jóias e bijuterias em geral, eletroeletrônicos, flores e plantas, entre outros”.

Para a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), o momento assegura um crescimento de 13% no volume de vendas no período. “Reconhecidamente importante para o varejo, a data movimenta não só o mercado de presentes, mas os vários serviços dos malls, como áreas de lazer, refeição, e outras conveniências à disposição dos frequentadores”, comentou Luiz Fernando Veiga, presidente da Abrasce.

Nelson lembra que o Dia das Mães durante muito tempo era a segunda melhor data, ficando atrás apenas do Natal. “Mas, nos últimos anos, em Mato Grosso, vem revezando bons resultados com o Dia dos Namorados, sem deixar de ser bastante significativa no calendário comercial”, explica ele.

Inflação – O governo federal lançou mão de medidas de contenção do consumo, a exemplo do aumento da taxa de juros. Para pessoa física, com exceção da linha de crédito do cartão de crédito rotativo que manteve inalterada sua taxa de juros média no mês, todas as demais linhas de crédito tiveram suas taxas de juros elevadas em março/2011. A taxa de juros média geral para pessoa física apresentou uma elevação de 0,05 ponto percentual no mês (1,23 ponto percentual no ano) correspondente a uma elevação de 0,74% no mês (1,04% em doze meses) passando a mesma de 6,73% ao mês (118,49% ao ano) em fevereiro/2011 para 6,78% ao mês (119,72% ao ano) em março/2011 sendo esta a maior  taxa de juros média desde janeiro/2011.

Para pessoa jurídica, igualmente referência março, todas as linhas de crédito pesquisadas foram elevadas no mês. A taxa de juros média geral para pessoa jurídica apresentou uma elevação de 0,06 ponto percentual no mês (1,09 ponto percentual em doze meses) correspondente a uma elevação de 1,55% no mês (1,89% em doze meses) passando a mesma de 3,86% ao mês (57,54% ao ano) em fevereiro/2011 para 3,92% ao mês (58,63% ao ano) em março/2011 sendo esta a maior taxa de juros média desde agosto/2009. Considerando todas as elevações da taxa básica de juros (Selic) promovidas pelo Banco Central desde janeiro/2010, tivemos neste período (janeiro/2010 a março/2011) uma elevação da Selic de 3,00 pontos percentuais (elevação de 34,29%) de 8,75% ao ano em janeiro/2010 para 11,75% ao ano em março/2011. Neste período a taxa de juros média para pessoa física apresentou uma redução de 2,24 pontos percentuais (queda de 1,84%) de 121,96% ao ano em janeiro/2010 para 119,72% ao ano em março/2011. Nas operações de crédito para pessoa jurídica houve uma elevação de 2,54 % (elevação de 4,53%) de 56,27% ao ano em janeiro/2010 para 58,63% ao ano em março/2011.

No entanto, Miguel de Oliveira, vice-presidente da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), informa que não acredita que “este aumentos influenciarão tão negativamente nas operações de crédito”. Para Miguel o fato dos prazos de pagamento continuarem longos e as prestações caberem no bolso do consumidor, manterá positivo o consumo.

O superintendente da CDL ainda prevê que, “mesmo o crediário continuando a ser meio mais usado, os consumidores poderão ser estimulados por compras à vista como um meio de evitar os juros”. Nelson fala ainda da necessidade dos lojistas continuarem observando as regras de segurança na concessão de crédito, pois março demonstrou alto índice de inadimplência em todo o Brasil, o  que requer mais gestão na aprovação dos cadastros. (Assessoria da CDL Cuiabá: Honéia Vaz).

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