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Quinta, 16 de junho de 2011, 08h27
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Logística, transporte e unitização como veículo de competitividade

*Por Samir Keedi

 

A área de transportes internacionais, logística e unitização tem se tornado cada vez mais importante no atual contexto mundial de globalização, em face da competitividade que as empresas têm sido obrigadas a apresentar para participarem do jogo internacional de comércio exterior, jogo este cada vez mais disputado e visto como uma atividade de suma importância, tanto para empresas como para países.

 

É de conhecimento público que os tempos mudaram na economia e que, hoje, as empresas já não têm mais a oportunidade de obter ganhos consideráveis na produção e comercialização, pois a concorrência é cada vez maior e os preços são internacionais. Pode-se obter os mesmos produtos com a mesma qualidade e preço em qualquer parte do mundo. Neste sentido, já não existe mais a antiga e conhecida equação "Custo + Lucro = Preço", isto é, o vendedor não decide mais qual o preço de venda do seu produto ou serviço a ser colocado à disposição do consumidor, a não ser em, talvez, raras oportunidades.

 

Hoje eles são colocados no mercado e este, soberanamente, decide quanto vai pagar na sua aquisição, ou seja, a nova equação econômica predominante no mundo único e sem fronteiras em que vivemos é "Preço Lucro = Custo". O que isto significa e qual a atitude dos provedores de bens e serviços ao mercado? Significa, simplesmente, que agora só resta às empresas, cada vez maiores e mais globalizadas, adaptarem seus custos de produção e distribuição aos preços recebidos, mantendo uma margem de sobrevivência que lhes permita dar um retorno adequado a seus acionistas, bem continuarem investindo para permanecerem competitivas e no negócio.

 

Isto explica parte da corrida em que as empresas estão engajadas por eficiência e redução de custo, o que tem sido alcançado através de mais tecnologia e racionalização do trabalho e menos mão de obra, o que vem causando boa parte do desemprego recorde que tem sido verificado no mundo, Brasil no meio.

 

É neste contexto que, hoje, o conjunto transporte, logística e unitização da carga tem sido encarado como uma das mais importantes atividades do comércio exterior, a ponto de diversas empresas brasileiras terem criado uma diretoria independente de logística, conceito que vem se alastrando rapidamente, já que é neste conjunto que se pode obter os maiores ganhos através da redução de custos, mormente em nosso país onde, sabidamente, este item sempre engrossou as fileiras do famigerado Custo Brasil.

 

Com a privatização de operações portuárias (pena não ter havido uma privatização portuária de fato, com vendas de ativos), onde o trabalho passou a ser realizado pela iniciativa privada, a logística ganhou uma importância sem paralelo na história de nosso comércio exterior, passando de coadjuvante a ator principal. Aliado a isto, os modais de transporte interno têm se transformado numa boa opção de racionalização e redução de custo de transferência de carga. Isto tem sido demonstrado com a privatização das ferrovias, que embora ainda não tenham cumprido o papel que lhes está reservado já começam a aparecer, bem como os investimentos realizados na hidrovia, e que devem, com o tempo, revolucionar este modal de transporte, principalmente de produtos de baixo valor agregado como agrícolas, fertilizantes, minérios, etc., já que ele apresenta o mais baixo custo de transporte entre todos os modais, e que já tem, inclusive, uma rota de integração do sul da nossa América, através da hidrovia do Mercosul, feita pelos rios Tietê, Paraná e Paraguai.

 

Com o importante avanço que está sendo aos poucos apresentado pela navegação de cabotagem, que já tem sido olhada com bastante atenção por transportadores e embarcadores, crescem as formas viáveis de se levar uma carga de seu ponto de origem a seu destino, tanto internacional como localmente, bem como para nossos portos.

 

Hoje, portanto, a empresa que não se valer dos novos conceitos aplicados na área de movimentação e transferência de mercadorias, ou seja, não visualizar a logística como uma arma poderosa de sobrevivência e superação de dificuldades, bem como uma chance de se colocar à frente de seus competidores, tanto realizando-a por conta própria, ou de forma terceirizada, estará perdendo a oportunidade que a história estará lhe dando para atingir os seus objetivos primários já citados.

 

*Samir Keedi é professor universitário e técnico. E-mail: samir@aduaneiras.com.br. Veja esta e outras matéria no www.gazetadigital.com.br


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