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Segunda, 16 de maio de 2011, 08h58
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O USO DA CATRACA ELETRÔNICA E SUA DIMENSÃO SOCIAL

Ouvi hoje atentamente o noticiário sobre a retirada experimental dos cobradores de passagens dos ônibus que trafegam na cidade. Tempos atrás, houve a implantação da catraca eletrônica em todas as linhas de ônibus de Cuiabá e Várzea Grande. Agora, as empresas de ônibus de Várzea Grande estão fazendo uma experiência: retiraram os cobradores de algumas linhas de ônibus.

 

O resultado foi mostrado hoje (11/05) em vários noticiários locais: a comunidade está insatisfeita, pois os motoristas acumularam a função dos cobradores. Isso porque os cobradores eram responsáveis por várias funções, como: pelo recebimento do dinheiro de passageiros que pagavam suas passagens em espécie, por dar o troco para esses passageiros, auxiliar a entrada de passageiros portadores de necessidades especiais e em auxiliar o motorista informando quando pode fechar a porta do ônibus após a saída dos passageiros. Muitas pessoas da comunidade deram entrevista, disseram que estão ocorrendo muitos atrasos nas viagens e que o serviço prestado não é de qualidade.

 

Por outro lado, o representante Sindical entrevistado informou que os motoristas receberão gratificação de 10% sobre seus salários e que parte dos cobradores mudará de função dentro da própria empresa, serão reciclados e aproveitados em outros setores da empresa. Porém, creio que haverá demissões.

 

Essa substituição do homem pela máquina promoverá uma redução da folha de pagamento das empresas e também o pagamento de encargos sociais. Outro fator importante a ser observado é que isso também diminuirá o custo da passagem. Com a catraca eletrônica o empresário evitará o pagamento da passagem em dinheiro promovendo mais segurança à sua atividade patronal e, por certo, maior receita, pois haverá tendência de diminuição de assaltos a ônibus (numerário que antes estava em poder do cobrador). Assim, o único que ficará exposto com os seus pertences são os usuários.

 

Logo, há necessidade da revisão do valor da passagem do ônibus. Mas, não podemos nos esquecer de dar ênfase e acompanhar a situação dos cobradores que estão sendo reciclados para reaproveitamento e também demitidos, há necessidade de que a Entidade representativa da categoria crie mecanismos negociados que possam minimizar e auxiliá-los até a obtenção de novo emprego.

 

Assim, conclamo os nobres representantes da sociedade (Vereadores, Ministério Público, Prefeito Municipal, OAB, Conselhos de Classe, Associações de Bairros, ...), que atuam em defesa da nossa sociedade, a agir, pois com a implantação da catraca eletrônica temos que rever a planilha de custos do preço de cada passagem de ônibus, uma vez que está implícito a redução de custos ligados diretamente a mão-de-obra e seus custos indiretos, pois a modernização para a Copa é imperiosa, mas precisamos ajustá-la ao bem estar social.

  

(*) Evandro Benedito dos Santos é Contador/Perito Judicial. Conselheiro Titular do Conselho Regional de Contabilidade no Estado de Mato Grosso – CRC/MT. Presidente do SINCON – Sindicato dos Profissionais da Contabilidade em Mato Grosso

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