whatsapp
Notícias /
Quinta, 05 de maio de 2011, 14h34
| Tamanho do texto A- A+

Tributos pesam no presente

Comprar o presente do Dia das Mães poderia ser uma tarefa mais prazerosa e com custos menores caso a carga tributária fosse reduzida. Levantamento do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) aponta que entre os principais itens que configuram a lista de presentes, os impostos correspondem até 78,43% do valor pago.

Mesmo acostumada a pagar pelos produtos, a maioria dos consumidores não sabe quanto do preço equivale a tributos. É o caso do agricultor Antônio Pereira Castro,72, que se assustou ao saber que dos R$ 74 pagos por um jogo de lençóis que irá presentear a esposa, R$ 25,65 eram referentes a impostos. "É um roubo! Nunca imaginei que fosse tanto que pagávamos ao governo", desabafa ao comentar ainda que o governo não retribui o que é pago em benefícios à população e que, quando faz, cobra. "Para nós que somos agricultores, eles até fazem empréstimos, mas cobram muito caro".

Para o advogado e presidente da Associação Brasileira dos Contribuintes, Marcos Relva, o levantamento feito pelo IBPT é coerente com o que é praticado no mercado e que caso haja variação, ela é muito pequena. Segundo o tributarista, a Constituição Brasileira estabelece a exposição dos impostos e o valor referido, mas isso não ocorre na prática e os consumidores continuam comprando sem saber o quanto pagam pelo produto e o valor do tributo.

Proprietário de uma fábrica de roupas, Sérgio Antunes, afirma que as taxas são maiores para quem revende. "Como sou fabricante, recebo alguns benefícios do governo, mas para quem compra para revender a cobrança é realmente muito elevada".

Sem saber que iriam se livrar dos impostos, as irmãs Lauana Dias, 15, e Bruna Dias, 17, presentearam a mãe com dinheiro e assim não tiveram que pagar impostos. Não diretamente, até porque a aplicação feita como presente estará sujeita a impostos.

Maria Eduarda Queiróz, 9, gostaria de dar um sapato para a mãe, mas vai acabar comprando um caixa de chocolate. Ela e a mãe, Alda Queiróz, 42, também desconhecem a carga tributária vigente no país e o quanto poderiam economizar ou investir em outras finalidades caso o imposto fosse reduzido.

Marcos Relvas, tributarista, revela que para mudar a situação, o governo deveria adotar duas medidas. A primeira seria a implantação de sistema menos complexo e mais transparente. "A legislação é muito complicada e acaba que ninguém sabe quanto paga e pelo o que. Um empresário, por mais que tenha boas intenções, nunca tem certeza se está honrando todos os impostos porque um fiscal pode verificar e identificar um jeito diferente de interpretar a lei".

Outra alteração sugerida seria na carga tributária mesmo, uma redução de alíquotas. Segundo o advogado, a medida iria acabar por aumentar a arrecadação do país em consequência da formalização de muitos trabalhadores e empresas, e também pelo maior consumo por parte da população. Como exemplo o advogado fala do programa Empreendedor Individual que neste ano atingiu 1 milhão de trabalhadores que até então atuavam na informalidade, não recolhiam impostos e nem eram amparados pela Legislação Trabalhista ou de Seguridade Social.

Arrecadação - Mato-grossenses recolheram até esta quarta-feira (04) R$ 2,69 bilhões em impostos, sejam federal, estadual ou municipal. O montante equivale a 0,4% do total arrecadado em todo Brasil, que no mesmo dia atingiu R$ 500 bilhões no recolhimento de tributos, segundo o site impostometro.com.br, administrado pelo IBPT e Associação Comercial de São Paulo. Veja esta e outras notícias no www.gazetadigital.com.br

PARCEIROS

CDL Cuiabá © 2019 - Todos os direitos reservados - (65) 3615-1500

Sistema CNDL